Sócia do Flamengo denuncia uso de assinatura falsa em chapa de Wallim Vasconcellos

Denúncia de falsificação de assinatura e uso de documento falso

A sócia do Flamengo, Patrícia Regina Thome Martins, formalizou uma denúncia à 14ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. A denúncia visa apurar a utilização indevida de seu nome na chapa de Wallim Vasconcellos, denominada "Flamengo em Outro Patamar", para a eleição presidencial do clube. A base da denúncia é a alegação de que sua assinatura foi falsificada, configurando um possível crime.

A chapa de Wallim Vasconcellos foi reprovada pela Comissão Permanente Eleitoral (CPE) do Flamengo devido à constatação de "tentativa de fraude" com a utilização de assinaturas falsificadas de sócios do clube. Patrícia Martins, ao se deparar com a situação, decidiu buscar a justiça para esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos.

Patrícia relatou que recebeu um contato de um membro da chapa de Wallim, que a encontrou na lista de sócios votantes. Essa pessoa solicitou o envio de um e-mail, o que inicialmente pareceu ser uma proposta, mas, ao visualizar o conteúdo, Patrícia identificou um contrato para assinatura.

"Um tempo atrás, recebi contato de uma pessoa da chapa do Wallim dizendo que me achou na lista de sócios votantes. A pessoa perguntou se poderia me mandar um e-mail, eu disse que sim, mas pensei que era uma proposta. Quando vi que era para assinar um contrato, eu não aceitei."

Patrícia prontamente respondeu ao e-mail, recusando a assinatura e manifestando seu desinteresse em participar da eleição. "Quando ele mandou o e-mail, eu devolvi o e-mail dizendo que não assinaria porque não queria me envolver tanto assim na eleição do Flamengo . Aí ele falou: "Depois, quando acabar a eleição, a gente tem como te tirar". E eu disse: "Não, de forma nenhuma quero estar lá". Deletei os e-mails, e vida que segue", afirmou a sócia.

A descoberta da falsificação

Apesar da negativa expressa, Patrícia foi surpreendida semanas depois com um contato da Comissão Permanente Eleitoral do Flamengo .

"Um tempo depois, recebi um e-mail do Flamengo perguntando se eu tinha assinado um documento, porque tinham dado entrada no documento sem a minha assinatura. Falei que não, que eu realmente não tinha assinado e não tinha intenção de assinar."

A CPE do Flamengo entrou em contato novamente, desta vez apresentando imagens de duas assinaturas que não condiziam com a assinatura real de Patrícia.

"E aí eu expliquei que eu tinha recebido esse documento em branco. Quando abri o documento, realmente era uma assinatura tosca, aquelas assinaturas aleatórias de PDF. Aí eu mandei e-mail dizendo: "Não reconheço a assinatura".

Wallim Vasconcellos se manifesta sobre a denúncia

Wallim, que pretende recorrer da decisão da Comissão Permanente Eleitoral do Flamengo para tentar revalidar sua candidatura, demonstrou apoio à atitude de Patrícia.

"Tem que apurar, não pode ficar debaixo do tapete. Estamos tentando apurar internamente. Pedimos para abrir de comissão de inquérito dentro do clube. Se a associada quiser entrar, terá todo meu apoio. A gente não sabe se foi sabotagem ou se veio de dentro da chapa. Tudo que ela e o advogado precisarem de informações, eu sou o primeiro a colaborar."

Wallim e seus aliados afirmam ter solicitado a abertura de uma comissão de inquérito dentro do clube para investigar as denúncias de assinaturas falsas, bem como o acesso aos dados dos associados que reclamaram de inscrição na chapa. No entanto, a solicitação foi negada.

O grupo de Wallim também questiona a composição da Comissão Permanente Eleitoral do Flamengo , nomeada em 17 de junho por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, candidato à presidência e atual presidente do Conselho de Administração. Wallim argumenta que quatro dos cinco membros da CPE são apoiadores de Bap.

O advogado de Patrícia, André Perecmanis, afirma que foram cometidos dois crimes nesse caso: falsidade ideológica e uso de documento falso.

A denúncia de Patrícia Martins e a investigação em curso prometem gerar repercussões na eleição presidencial do Flamengo .