Benfica Recusou Coutinho e Dembelé: Revelações de Olheiro

Negócios Perdidos: As Recusas de Coutinho e Dembelé

José Boto, atualmente um renomado observador de talentos no Shakhtar Donestsk, fez declarações surpreendentes sobre seu período no Sport Lisboa e Benfica. Em entrevista a um veículo de comunicação ucraniano, o Footbal Hub, Boto expôs oportunidades perdidas de contratação de jogadores que hoje brilham no FC Barcelona.

Segundo o especialista em captação de atletas, ele propôs ao Benfica a contratação do brasileiro Philippe Coutinho e do francês Ousmane Dembelé quando ainda eram jovens promessas. Entretanto, suas sugestões foram veementemente rejeitadas pelo então presidente, Luís Filipe Vieira.

Boto relata a frustração de ter sua visão estratégica ignorada. Sobre Coutinho, ele afirma: ?Sugeri um jogador ao Benfica, o Philippe Coutinho, que agora está no Barça. Ele tinha 16 anos, mas não consegui convencer o presidente. Disse a ele, ?Compre este jogador, é de topo?. Mas ele respondeu, ?Não, está sendo estúpido. Não sabe o que está dizendo. O rapaz só tem 16 anos??.

Estratégias de Contratação Questionáveis

A situação se repetiu com Dembelé. Boto descreve a ocasião: ?Também tinha outro jogador que custava na altura três milhões de euros, sei que pagar esse valor por um jovem é complicado, mas era o Dembélé, que agora também joga no Barcelona, mas Vieira não quis?. A narrativa do ex-olheiro pinta um quadro de decisões questionáveis na gestão esportiva do clube.

Boto também detalhou a filosofia de contratações do Benfica na época, destacando um viés estratégico: "Houve um momento em que a Direção do Benfica entendeu que queria mais jogadores europeus do que brasileiros por serem mais fáceis de vendê-los para as ligas inglesas. É puramente uma estratégia econômica", declarou.

Ele prossegue, explicando a lógica de investimento em jovens talentos: "O Benfica arrisca e compra muitos jovens. Temos que encontrar talentos e esperar que consigam atingir o nível máximo para serem aproveitados em clubes ingleses, no Real Madrid ou Barcelona, que chegam a pagar 50 a 80 milhões por jogadores feitos", disse Boto.

Sucesso com Witsel: Uma Exceção que Confirma a Regra?

Apesar das frustrações com Coutinho e Dembelé, Boto teve sucesso em convencer a diretoria do Benfica a contratar o meio-campista belga Axel Witsel. A história dessa contratação, no entanto, é marcada por uma dose considerável de tensão.

Boto relembra: "O Benfica precisava de um 8 e indiquei o Witsel. O presidente disse que não queria ouvir falar dele, mas insisti e ele o contratou, dizendo que me despedia se Witsel não rendesse. Propus então que me desse um por cento da venda futura se estivesse certo... O jogador foi vendido por 40 milhões ao Zenit. Depois disso, o presidente veio me dizer que estava brincando e que não me demitiria?.

A narrativa de Boto levanta questionamentos sobre a eficácia das estratégias de contratação do Benfica e o impacto de decisões equivocadas na trajetória do clube. A história de Witsel, apesar do final positivo, serve como um exemplo isolado em meio a um contexto de oportunidades perdidas de alto impacto.