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Flamengo e a Busca Pela Intensidade: Um Olhar Crítico Sobre Lesões e Desempenho
Por Redação Flapress em 11/03/2025 05:40
A Busca Pela Intensidade e o Preço a Pagar
O Flamengo, sob a batuta de Filipe Luís, tem demonstrado uma busca incessante pela intensidade no jogo. O treinador, convicto da importância desse atributo no futebol moderno, declarou: "Podemos evoluir, mas o nível de intensidade hoje é o sonhado quando eu cheguei aqui antes de assumir". Essa filosofia, embora ambiciosa, tem cobrado seu preço em forma de lesões musculares, um problema recorrente no elenco rubro-negro.
A vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, que carimbou o passaporte do Flamengo para a sétima final consecutiva do Campeonato Carioca, veio acompanhada de uma notícia preocupante: a lesão de Bruno Henrique. O atacante se junta a uma lista crescente de jogadores que foram parar no departamento médico com problemas musculares, levantando questionamentos sobre a relação entre a intensidade exigida e a capacidade física dos atletas.

O Departamento Médico em Estado de Alerta
Antes de Bruno Henrique , outros quatro jogadores já haviam sofrido com lesões musculares:
- Alex Sandro (lateral-esquerdo): lesão muscular grau 1 na coxa esquerda (já recuperado).
- Michael (atacante): lesão muscular na posterior da coxa esquerda (com chances de retornar na segunda partida da final).
- Everton Cebolinha (atacante): pequena lesão no músculo posterior da coxa direita (com chances de retornar na segunda partida da final).
- Juninho (atacante): edema muscular na coxa direita (já recuperado).
Apesar do número considerável de lesões, a diretoria do Flamengo minimiza a situação, argumentando que esses problemas são "naturais do futebol" e que o clima e as condições do gramado podem agravar o quadro. Filipe Luís , por sua vez, adota uma postura pragmática, preferindo que as lesões ocorram durante o Campeonato Estadual, para que os jogadores estejam em plena forma na fase decisiva da temporada.
Histórico de Lesões de Everton Cebolinha: Um Caso à Parte
Entre os jogadores lesionados, Everton Cebolinha é o que possui o histórico mais preocupante. Desde o início do ano passado, o atacante sofreu seis problemas físicos, incluindo uma grave ruptura no tendão de Aquiles que o afastou dos gramados por quase seis meses. Sua fragilidade física levanta dúvidas sobre sua capacidade de suportar a intensidade exigida por Filipe Luís e de render em alto nível por longos períodos.
A Intensidade como Filosofia: Uma Análise Crítica
Filipe Luís é um defensor ferrenho da intensidade no jogo e não hesita em cobrar seus jogadores nesse sentido. O treinador se considera um obcecado por essa característica e acredita que "jogador que não é intenso atualmente fica para trás". Para ele, a intensidade é um pré-requisito para atuar nas grandes ligas e um componente essencial do "novo tipo de atleta" exigido pelo futebol moderno.
Eu assisto muito jogo. Muito jogo mesmo. E hoje um jogador sem intensidade não joga nas grandes ligas. Além de qualidade técnica, o jogador tem que ter resistência. É um novo tipo de atleta. O jogo moderno pede essa intensidade. Eu peço isso. Os jogadores de frente são os que mais correm no time. Com certeza acredito que podemos manter a intensidade. Correndo certo se corre menos. Podemos evoluir, mas o nível de intensidade hoje é o sonhado quando eu cheguei aqui antes de assumir. Isso se constrói desde os treinamentos. Os jogadores dão a vida em cada treino.Filipe Luís
— Trivela (@trivela) March 13, 2024
No entanto, a obsessão pela intensidade pode ter um lado sombrio, aumentando o risco de lesões e prejudicando o desempenho dos jogadores a longo prazo. É preciso encontrar um equilíbrio entre a exigência física e a capacidade de recuperação dos atletas, para que a busca pela intensidade não se transforme em um tiro no pé.
Estratégias de Prevenção e Recuperação: O Novo Departamento Médico
O Flamengo tem adotado medidas para prevenir lesões e otimizar a recuperação dos jogadores. Alguns atletas, como Alex Sandro e Michael, são poupados em determinadas partidas para evitar sobrecarga física. Nico De la Cruz e Arrascaeta também têm seus treinos controlados, alternando atividades em campo e trabalhos internos.
A gestão atual do clube tem investido na modernização do departamento médico, adquirindo novos equipamentos de ultrassom e contratando o radiologista Bruno Hassel para realizar um acompanhamento semanal dos atletas. A avaliação é de que o ultrassom oferece um diagnóstico mais preciso do que as câmaras hiperbáricas, que foram consideradas obsoletas.
Essas medidas fazem parte de um processo de reformulação do departamento médico, que, segundo a nova diretoria, não estava funcionando da maneira ideal. O objetivo é criar um ambiente de trabalho mais eficiente e integrado, capaz de prevenir lesões, acelerar a recuperação dos atletas e garantir que o Flamengo possa contar com seus principais jogadores em todos os momentos da temporada.

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