Flamengo nos EUA: Estratégia de Marca ou Desperdício Financeiro?

A Pré-Temporada do Flamengo nos Estados Unidos: Uma Herança da Gestão Anterior

A viagem do Flamengo para a pré-temporada nos Estados Unidos, uma iniciativa originada na gestão de Rodolfo Landim, levanta questionamentos sobre sua eficácia financeira e estratégica. Enquanto Leila Pereira, presidente do Palmeiras, critica tais excursões como "passeios na Disney" para dirigentes, o clube carioca buscava um propósito diferente para essa jornada.

O planejamento da pré-temporada foi estabelecido pela administração anterior, com a intenção de tornar a ida aos EUA um evento anual, visando fortalecer a marca do Flamengo no cenário internacional. No entanto, esta iniciativa não resultou em ganhos financeiros imediatos para o clube.

Custos da Pré-Temporada: Uma Análise Financeira

Contrário ao que se possa imaginar, a ida aos Estados Unidos não gerou lucro para o Flamengo . O clube arcou com todas as despesas logísticas, sem nenhuma garantia de retorno financeiro. O acordo estabeleceu apenas uma participação nos lucros, como a bilheteria do jogo contra o São Paulo, no estádio do Inter Miami, um valor que será dividido entre as equipes. A expectativa interna é de que o clube alcance um equilíbrio financeiro, embora isso não esteja assegurado contratualmente.

Em contraste, o São Paulo realizou sua pré-temporada nos EUA sem custos, com passagens e hospedagem financiadas pelas empresas patrocinadoras da FC Series. Além disso, o clube paulista fechou um acordo de ativação com a Superbet, que renderá cerca de R$ 3 milhões. A delegação do São Paulo também participou de atividades a convite da FC Series, como a presença em jogos da NBA e visitas aos parques da Universal.

Ações de Marketing e a Ausência de Ativações do Flamengo

Diferente do São Paulo, o Flamengo não realizou nenhuma ação de marketing específica durante sua estadia nos EUA. Em 2024, o elenco teve atividades semelhantes, como visitas a parques e jogos da NBA. Para 2025, a única atividade programada é um treino aberto. A programação inicial do clube para Fort Lauderdale foi alterada devido à redução da viagem.

A nova diretoria chegou a considerar o cancelamento da participação no torneio, mas a decisão não foi adiante devido a obrigações contratuais e possíveis complicações legais nos Estados Unidos, além da multa de rescisão. Em vez disso, optaram por diminuir o período da viagem em aproximadamente uma semana.

Repensando a Gestão: Redução de Despesas e Foco no Esportivo

As críticas de Leila Pereira encontraram eco no Flamengo . Em 2024, a comitiva para a Flórida incluiu dirigentes e familiares, inclusive pessoas não ligadas ao futebol. A atual gestão proibiu essa prática, reduzindo a delegação e a ausência do presidente Bap, com a presença apenas de José Boto e Gabriel Skinner.

Apesar das críticas, o Flamengo acredita que a viagem pode trazer benefícios em termos de marca e desempenho esportivo. O clube busca fortalecer sua imagem internacional e aproveitar o período de convivência entre jogadores, o técnico Filipe Luís e José Boto para a preparação da equipe. A escolha de Gainesville, uma cidade universitária, foi intencional, visando um ambiente mais tranquilo e controlado, conforme solicitado pelo treinador.

Apesar das dúvidas sobre o retorno financeiro da pré-temporada nos Estados Unidos, o Flamengo aposta em ganhos a longo prazo para a marca e no desenvolvimento da equipe. Resta saber se essa estratégia se provará eficaz na prática.